Fraudes de milhões são discutidas em audiência na Assembleia Legislativa do Acre

Uma possível máfia dos consignados operando no Governo do Estado do Acre foi o foco de uma audiência pública na última terça-feira, 12, na Assembleia Legislativa. O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) apresentou 70 casos de fraude, ultrapassando R$ 3 milhões apenas em consignados.

De acordo com Magalhães, centenas de pessoas emprestaram seus CPFs para participar do golpe, no qual é necessário dividir 35% do empréstimo, mas o custo total é de 50%. Ele destacou que servidores nomeados em cargos de confiança estão envolvidos nessa prática.

Na audiência, Magalhães questionou os gestores sobre o conhecimento do governo em relação à “Máfia dos Consignados”. O secretário em exercício de Administração, Guilherme Duarte, afirmou que, com mais de 54 mil servidores ativos e inativos, não há conhecimento oficial sobre as fraudes.

Duarte defendeu a discussão do assunto, mas negou a existência de fraudes com anuência da gestão. Ele ressaltou a complexidade da denúncia, afirmando que adulterar a folha de pagamento e as informações repassadas aos órgãos de controle seria necessário para que o esquema funcionasse.

O secretário destacou que a gestão impôs às empresas que gerenciam o sistema a necessidade de aumentar a segurança para evitar fraudes financeiras. “A gente impôs à empresa incrementar o CPF nos empréstimos. Nosso compromisso é trabalhar com segurança”, afirmou.

Insatisfeito com a resposta, Edvaldo Magalhães afirmou que está convicto do esquema fraudulento com base nas denúncias e que denunciará o caso à Polícia Federal na próxima semana, apresentando todas as provas.

Durante a audiência, Maicon, um correspondente bancário, revelou que soube de pessoas que tiveram mais de R$ 1,5 milhão em prejuízo devido à inadimplência dos servidores que adquiriram empréstimos. A reunião contou com a presença dos deputados estaduais Eduardo Ribeiro e Michelle Melo, além de servidores da secretaria de administração do governo.