O salário mínimo no Brasil foi reajustado para R$ 1.412 em 2024, beneficiando cerca de 54 milhões de pessoas, o equivalente a um em cada quatro brasileiros. O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) estima que 22,7 milhões de pessoas são diretamente impactadas financeiramente por esse valor.
Além dos trabalhadores contratados por salário mínimo, a medida afeta aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), vinculados ao mesmo montante. Há também impactos indiretos na economia, como o aumento do “salário médio” dos brasileiros e o incremento do poder de compra.
O governo, ao cumprir não apenas a regra constitucional de correção pela inflação, mas também promover aumentos reais, alcançou o valor de R$ 1.412. Se apenas a inflação fosse considerada, o salário mínimo seria reajustado para aproximadamente R$ 1.370,82.
A política de valorização do salário mínimo inclui, além da inflação, o índice de crescimento real do PIB dos dois anos anteriores. Assim, o salário mínimo de 2024 cresceu 3% (ganho real), equivalente à expansão do PIB em 2022.
O impacto geral na economia, segundo o governo, visa a redução da desigualdade e busca garantir crescimento com inclusão social. O aumento real do salário mínimo, aliado à redução da taxa de juros, é esperado para impulsionar a demanda doméstica em 2024 e contribuir para o crescimento do PIB, estimado em 2,5% pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O reajuste maior do salário mínimo também implica em maiores gastos do governo, uma vez que os benefícios previdenciários não podem ser inferiores ao valor do mínimo. A cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, o governo estima uma despesa adicional de aproximadamente R$ 389 milhões em 2024.
Inicialmente, o governo previa um salário mínimo ainda mais alto, de R$ 1.421, com base em uma projeção mais elevada da inflação, que não se confirmou. O reajuste maior contribui para aumentar as despesas obrigatórias do governo, reduzindo os gastos discricionários, como investimentos em infraestrutura e contas de consumo de órgãos públicos.