Nesta quarta-feira (6), o réu Natanael Silva de Oliveira enfrenta o júri popular na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, em Rio Branco.
Ele é acusado de assassinar o adolescente Adriano Barros Cataiana, de 15 anos, no dia 12 de julho do ano passado, dentro de um ônibus.
O julgamento teve início às 8h30, com previsão de depoimentos da mãe da vítima e outras quatro testemunhas, além do próprio réu.
Natanael responde pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ele foi pronunciado a júri popular em novembro do ano passado, após uma audiência de instrução.
Na ocasião, Oliveira confessou o crime, alegando um relacionamento conturbado com a mãe do adolescente. Ele afirmou que, após a separação, foi viver em um local isolado.
Segundo relatos do réu, o ex-enteado o ameaçava de morte constantemente. Ao encontrar o adolescente por coincidência no ônibus, Natanael atirou pelas costas, atingindo a cabeça do jovem.
A denúncia do Ministério Público, assinada pelo promotor Efrain Enrique Mendoza, aponta que o crime teria sido motivado por vingança devido ao relacionamento entre a mãe da vítima e o acusado, que durou aproximadamente sete meses.
Processo
Segundo informações do processo, Natanael teria mantido um relacionamento com a mãe da vítima por cerca de sete meses, e após o término, teria proferido ameaças contra ela, chegando até mesmo a tentar matá-la em uma ocasião, quando o filho a defendeu.
Nos depoimentos prestados, a mãe da vítima relatou que Natanael a enviava mensagens ameaçadoras e que chegou a dizer que iria “mexer com o que mais doía nela”.
O acusado, que se encontra preso na Unidade de Recolhimento Provisório (URP), é apontado como membro de uma facção criminosa, segundo depoimento da mãe da vítima. O promotor pede que Natanael seja julgado por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
De acordo com os detalhes do processo, o relacionamento do acusado com a mãe de Adriano já havia terminado na data do crime, o que, segundo o documento assinado pelo promotor, torna a motivação para o crime deveras torpe, caracterizando uma vingança pela separação.
Para embasar sua acusação, o promotor anexou fotos do adolescente em seu dia a dia com a família, trabalhando e ajudando o pai em diversas tarefas. Segundo Enrique Mendoza, tais evidências visam demonstrar a inocência do estudante e sua vida cheia de planos, brutalmente interrompida pelo acusado.
Relembre o caso
Adriano Barros Cataiana foi morto com um tiro na cabeça quando ia para a escola em um ônibus no bairro Tancredo Neves, região da Parte Alta da cidade.

Uma hora antes, o adolescente Junior Herique Miranda também de 15 anos, foi assassinado com tiro no bairro Santa Inês depois de sair da aula, na Escola Estadual Antônia Fernandes.