Deputados do Acre se pronunciam sobre denúncia de assédio no sistema penitenciário do estado: ‘Nós não vamos tolerar nenhum tipo de abuso dessa natureza’

Em sessão ordinária desta terça-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), os deputados presentes se pronunciaram sobre uma denúncia de assédio no sistema penitenciário do estado.

A deputada estadual Michelle Melo (PDT) enfatizou a luta contra o assédio e a violência sofrida pelas mulheres acreanas.

“Não é a primeira vez que pedimos respeito às mulheres do estado do Acre. Mulheres acreanas, não é fácil morar no Acre. Não é fácil ser mulher no Acre. Não é fácil ser respeitada aqui no Acre. Mas vocês podem ter certeza absoluta que enquanto tiver uma de vocês em pé, enquanto houver uma vítima disposta a lutar, eu estarei do lado de vocês, dando minha voz a vocês em todos os momentos, aqui na Assembleia, lá fora, onde vocês me procurarem, nós estaremos juntas”, afirmou Michelle.

A parlamentar também solicitou ações concretas do governador Gladson Cameli em relação ao caso, instando-o a convocar as envolvidas para ouvir suas experiências. 

“Assédio é crime, seja ele qual for, e o respeito às mulheres não é nada além do que um dever. Respeitem as nossas mulheres do estado do Acre”, ressaltou.

Além disso, o deputado estadual Arlenilson Cunha (PL) expressou sua preocupação com a denúncia contra o presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Alexandre Nascimento. Com os relatos protocolados pela Associação dos Servidores Penitenciários do Acre em mãos, o deputado expôs o caso de abuso de autoridade e intimidação por parte do presidente Alexandre contra as policiais penais da equipe “B” do presídio feminino.

Conforme o documento, a situação ocorreu em 14 de maio, quando o presidente do Iapen, Alexandre Nascimento, acompanhado da diretora da instituição e mais dois servidores, adentrou a unidade prisional feminina de forma inesperada.

“A equipe B comunica às autoridades competentes que, por volta das 10h30 do dia 14 de maio de 2024, o presidente do Iapen, senhor Alexandre Nascimento, adentrou a unidade prisional feminina de forma inesperada na companhia da diretora da unidade e mais dois servidores do instituto. Todas as policiais penais que estavam em serviço neste dia foram convocadas com urgência para uma reunião de portas fechadas, afirmando de forma ameaçadora que todos os telefones haviam sido grampeados pela Polícia Civil”, relata um trecho do relatório.

Arlenilson Cunha destacou a gravidade da situação, salientando a necessidade de uma investigação rigorosa para impedir a recorrência de abusos como esse.

“Isso deve ser devidamente, rigorosamente apurado, para que fatos dessa natureza não possam ocorrer. Seja nesse governo ou em qualquer outro, nós não vamos tolerar nenhum tipo de abuso dessa natureza”, concluiu o deputado.