Líderes da comunidade surda participam de Audiência Pública na Aleac para debater os direitos dos surdos

Em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), os direitos das pessoas surdas, protegidos pela Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, foram discutidos na manhã desta sexta-feira, 7. 

Uma das principais questões abordadas foi a descriminação sofrida pela comunidade surda em seus locais de trabalho e a falta de acessibilidade em locais públicos. O presidente da Associação dos Surdos do Acre (Assacre), Lucas Vargas, foi o responsável por trazer à tona esses questionamentos. 

“Estou aqui em nome de todos os surdos, que há algum tempo vêm enfrentando diversos problemas. Eles relatam sofrer preconceito de ouvintes no trabalho, falta de respeito e acessibilidade em locais públicos”, destacou o presidente da Assacre.

Outra reivindicação da comunidade surda é com relação a falta de intérpretes de Libras nos veículos de comunicação locais durante suas transmissões. Além disso, foram apontadas dificuldades na educação, concursos públicos, cursos, entre outros.

“Os jornais locais não contam com intérpretes, não há acessibilidade nos serviços de saúde, embora exista a Lei 10436 de 2002, que aborda essa questão. A barreira de comunicação é uma realidade. Onde está a acessibilidade prevista em lei? Os profissionais precisam ter postura e fluência para se comunicar efetivamente com a comunidade surda. As videoaulas não estão ocorrendo, assim como no Enem, que disponibiliza videoaulas em Libras”, ressaltou Lucas Vargas.

O secretário de esporte da Assacre, Sebastião Pereira, destacou a necessidade de um espaço seguro para que a comunidade surda possa se reunir, sem a influência negativa de ouvintes.

“Precisamos de um local para manter, além do esporte, nossa cultura e nosso contato social, mas não o temos. Isso é preocupante porque os surdos estão sujeitos a influências negativas, como drogas, álcool e vícios, e como associação, buscamos por esse espaço”, enfatizou o secretário de esporte.

As principais reivindicações da comunidade surda são a elaboração e o aprimoramento de políticas públicas pelo governo, visando garantir a acessibilidade e a cidadania para todos.