Facções promovem tráfico de drogas em Terras Indígenas no Acre, e comunidade pede ajuda da FUNAI e da Polícia Federal

Indígenas do povo Huni Kuĩ do Rio Jordão, na região do município do Jordão, no Acre, pedem ajuda imediata da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e da Polícia Federal para tentar interromper a rota do tráfico de drogas dentro de suas terras e as constantes ameaças de organizações criminosas às comunidades.

Em áudios, uma liderança indígena relata que pessoas estranhas têm sido impedidas de entrar nas comunidades, mas lamenta a falta de apoio das instituições. “As coisas não estão de brincadeira, estamos firmes mas precisamos de apoio, ajuda da FUNAI e Polícia Federal. Nos ajude a divulgar”, pede o indígena. 

Outro homem, identificado como Zé Banê, filho do Cacique Siã, afirma que o povo tem sido afetado pelo consumo de drogas e alguns já estão associados a organizações criminosas, o que torna a situação difícil de combater. 

“Entrou umas facções fortes, está sem controle, muita gente levando drogas à noite, ameaçando. Os parentes, tanto na droga quanto no alcoolismo, perdido. Sou liderança, faço apelo. Estamos tendo invasões na Terra Indígena, já foi morto meu sobrinho por causa de droga, filho do vice-prefeito João Barbosa que pegou 42 facadas. A gente quer proteger nosso povo. A FUNAI daqui não tá resolvendo, é o Elias do partido bolsonarista, queremos substituição para uma pessoa forte que se preocupe com nosso povo. Peço ajuda, é muito triste ver nosso povo assim, faço apelo, Polícia Federal venha aqui nos ajudar e acabar com esse lado negativo”, lamenta Zé Banê. 

A Terra Indígena Kaxinawá do Baixo Jordão impôs restrições à entrada de pessoas desconhecidas após uma reunião entre lideranças indígenas, mas os Huni Kuĩ solicitam que autoridades no Acre e em Brasília tomem providência sobre o caso.