“Onde quer que eu vá, o que quer que eu faça, sem chocolate não tem graça”. Quem não resiste a um bom chocolate, não é mesmo? Neste domingo, 7, é comemorado o Dia Mundial do Chocolate. Para alguns, é apenas mais um pretexto para comer um docinho, para outros, é mais um dia comum na terra do doce.
Feito a partir da semente do cacau, o chocolate é rico em flavonoides, compostos presentes em vegetais que são potentes antioxidantes e anti-inflamatórios naturais. Quando consumido regularmente, pode trazer uma série de benefícios ao cérebro, coração, vasos sanguíneos e metabolismo, além de estimular a produção de feniletilamina no corpo, causando uma sensação de bem-estar.
De acordo com o Professor e Pesquisador Dr. Reginaldo Ferreira da Silva, do Curso de Bacharelado em Nutrição da Universidade Federal do Acre (Ufac), o consumo do chocolate pode ajudar a combater sintomas depressivos através da modulação da dopamina e dos opioides no cérebro.
“O chocolate pode sim causar uma boa sensação ao ser consumido e, consequentemente, trazer alívio de sentimentos negativos como mau humor e estresse, por estar associado à liberação de dopamina e endorfina, que causam sensação de prazer, alegria e satisfação”, explica Dr. Reginaldo.
Apesar do chocolate não possuir substâncias que causem dependência, é necessário manter a moderação no consumo diário, como sugere Lucas Fernandes, nutricionista e pós-graduado em nutrição e metabolismo e fisiologia do esporte.
“A média adequada seria em torno de 20 a 30 gramas por dia, preferencialmente de chocolate amargo com pelo menos 70% de cacau. Embora tenha benefícios, o chocolate também é calórico, então o consumo excessivo pode comprometer a dieta e os esforços para manter a forma”, recomenda Lucas.

Ao comparar diferentes tipos de chocolate, Fernandes aponta que o chocolate amargo, com mais de 70% de cacau, é o mais benéfico devido ao seu menor teor de açúcar e gordura. O chocolate ao leite, com 20% a 50% de cacau, contém mais açúcar e gordura, sendo mais cremoso e doce. O chocolate branco, por sua vez, não contém cacau, apenas manteiga de cacau, açúcar e leite, tornando-se o menos saudável entre as opções.
Para aqueles que precisam controlar a ingestão de açúcar, Fernandes sugere alternativas como chocolates com alto teor de cacau ou adoçados com adoçantes naturais, como xilitol ou estévia. Ele também menciona os chocolates funcionais, que contêm fibras ou proteínas, como opções interessantes para uma dieta mais equilibrada.
“Embora o chocolate possa fazer parte de uma dieta equilibrada, é essencial consumi-lo com moderação,” reforça Fernandes. Ele recomenda consumir chocolate após o exercício, quando a sensibilidade à insulina está aumentada, ou após uma refeição principal, o que ajuda a controlar o índice glicêmico.
De acordo com estudos realizados na Suécia, aumentar o consumo de chocolate amargo em pelo menos 50 gramas por semana foi capaz de reduzir o risco de isquemias e hemorragias cerebrais em até 27%. No entanto, pessoas com diabetes apresentam maior risco para essas doenças.
“Apesar da ciência confirmar que o chocolate oferece benefícios para o cérebro e a saúde mental, isso não significa que quanto mais, melhor. O consumo deve sempre ser moderado, certificando-se de escolher uma marca que não contenha açúcar, laticínios e aditivos químicos ou sintéticos, e que na sua formulação tenha pelo menos 70% de cacau”, destaca o Professor Dr. Reginaldo Ferreira.
O chocolate também tem potencial para reduzir infartos e a mortalidade por doenças coronarianas, sendo as doenças cardiovasculares as principais causas de morte em pacientes com diabetes mellitus. Segundo estudo divulgado em 2008 pelo Journal of Nutrition, a sensibilidade ao hormônio insulina, que atua no equilíbrio glicêmico do organismo humano, foi aumentada após 15 dias do consumo de chocolate amargo.
Opções de chocolate sem lactose e as contraindicações
Segundo o Dr. Reginaldo Ferreira, a lactose é o açúcar predominante no leite dos mamíferos. Ao ser ingerida, é processada em nosso organismo pela enzima lactase, transformando-se em glicose e galactose. Após o desmame, a produção de lactase pode diminuir em algumas pessoas ou ser insuficiente, não conseguindo metabolizar a lactose adequadamente.
“Quando isso acontece, diversos sintomas da intolerância à lactose começam a aparecer, como flatulência, diarreia, náusea, dores abdominais, vômitos ou constipação. Para evitar esses incômodos, a indústria começou a produzir chocolate sem lactose, sem adição de leite ou com a adição de leite e da enzima lactase na formulação”, afirma o Dr. Ferreira.
Atualmente, há uma ampla variedade de chocolates comercializados com alegação de zero lactose, como: Chocolate Sem Lactose Kids Zero Vitao 22g, Chocolate Choco Soy sem Lactose Pops 40g, Chocolate 70% Cacau com Cranberry Sem Lactose 25g Java, Chocolate Sem Lactose Zero Vitao 22g, Chocolate 99,9% Cacau Sem Lactose Vegano Steviachoco 80g, Chocolate Mandi 70% Cacau – Sem Lactose e Sem Glúten – (Amargo) 1kg, e Kit 3 Chocolates Orgânico 50% Vegano Sem Lactose Barra Onveg, entre outros.
“A principal diferença entre os chocolates com e sem lactose é a retirada desse açúcar do leite da fórmula para evitar os transtornos alimentares e os sintomas causados nos indivíduos que são intolerantes a esse nutriente”, explica o Dr. Reginaldo.

Quanto às contraindicações para o consumo de chocolate, o nutricionista Lucas Fernandes orienta que “pessoas alérgicas ao cacau, intolerantes à lactose ou sensíveis à cafeína, devem evitar o chocolate”.
“Aqueles com refluxo gastroesofágico também podem ver uma piora dos sintomas com o consumo de chocolate. Além disso, indivíduos em dietas com restrição calórica severa ou com diabetes devem controlar rigorosamente a ingestão de chocolate”, alerta Fernandes.
Dr. Ferreira acrescenta que o consumo excessivo de chocolate, especialmente os tradicionais (leite e ao leite), pode causar alguns danos à saúde, como:
– estimulação do pico de insulina no sangue: devido ao alto índice glicêmico do chocolate, a glicose chega rapidamente ao sangue, elevando o risco de diabetes e doenças cutâneas, como acne e alergias.
– possíveis dores no corpo: em função das substâncias vasodilatadoras como a teobromina e cafeína presentes no cacau e o alto teor de gordura encontrados no chocolate, pessoas mais sensíveis podem apresentar quadros de enxaquecas, diarreia, azia, insônia e agitação. Em casos mais graves, os efeitos colaterais podem incluir doenças no fígado e até mesmo a formação de cálculos renais.
“Uma orientação importante para o consumidor é ficar atento ao rótulo do produto para saber o que você vai consumir e, assim, escolher o produto mais saudável possível”, ressalta Dr. Ferreira.
Chocolate artesanal x industrializado
O professor Dr. Reginaldo Ferreira explica que o tipo de processamento determina o perfil de nutrientes e o sabor dos alimentos. Quanto mais processados os alimentos, menor será seu valor nutricional e maior a quantidade de substâncias nocivas à saúde. Enquanto o chocolate produzido de maneira artesanal recebe maior cuidado durante o processo produtivo, fazendo uso de matérias enriquecidas e saborizadas com polpas de frutas, vegetais, in natura e com pouquíssima ou nenhuma utilização de açúcares, conservantes químicos ou sintéticos, e excesso de gorduras saturadas.

Para ele, o processo de fabricação industrial do chocolate é “mais artificial e nocivo à saúde”, por conter produtos químicos como aromatizantes, estabilizantes, conservantes e até corantes. Além disso, o chocolate industrializado geralmente possui uma quantidade maior de açúcar e gorduras saturadas para agradar ao paladar. Diferentemente dos chocolates artesanais, que podem ser formulados com diversos ingredientes naturais e sabores diferentes, tornando-se mais benéficos para a saúde de quem os consome.
“Alimentos ultraprocessados tendem a apresentar elevados índices de sódio, açúcar e substâncias químicas, que podem causar doenças como obesidade, hipertensão, certos tipos de câncer e diabetes”, explica Ferreira, ressaltando que a produção artesanal tem ganhado cada vez mais espaço justamente por priorizar a qualidade nutricional e funcional dos chocolates.
Além do Cacau: inovando o mercado com chocolates artesanais e saudáveis

Inovando no mundo do chocolate com uma proposta diferenciada de como entender e saborear esse doce tão amado, a Além do Cacau, uma empresa jovem com apenas 2 anos e meio, surgiu para suprir a carência de produtos de alta qualidade e mais saudáveis, ampliando a variedade de chocolates, incluindo opções veganas e sem açúcar.
Leandro Brasil, o fundador da Além do Cacau, percebeu a necessidade de criar um espaço que reunisse as melhores marcas de chocolates do Brasil, todas feitas com cacau e outros ingredientes naturais que respeitassem a pureza e a riqueza do cacau. “Queríamos entregar um sabor único e surpreendente em cada barra de chocolate”, explica Leandro.
A escolha do nome Além do Cacau foi uma forma de homenagear as muitas famílias dedicadas ao cultivo do cacau e à produção do chocolate. “Não vendemos chocolates, mas sim suas histórias”, afirma.
A empresa busca conscientizar os consumidores sobre a complexidade e a dedicação envolvidas em cada etapa da produção de chocolate. “Por trás de uma barra de chocolate, existem inúmeras famílias que se dedicam ao cultivo do cacau e à produção do chocolate”, diz Leandro. Ele destaca que esses agricultores e produtores desempenham um papel fundamental, muitas vezes indo “além” para garantir que cada amêndoa de cacau atinja seu máximo potencial.
A produção segue o conceito bean to bar, controlando o processo desde o cultivo do cacau até a transformação das amêndoas em chocolate. Esse processo rigoroso assegura que não sejam utilizados ingredientes de baixa qualidade, aromatizantes ou outros ingredientes que comprometam a pureza e os benefícios nutricionais do chocolate.

Além do cacau de alta qualidade, os chocolates sem açúcar e veganos também se destacam, desmistificando a ideia de que chocolate precisa conter açúcar para ser saboroso ou que um chocolate sem leite não pode ser delicioso. “Os chocolates sem açúcar e veganos são grandes exemplos da qualidade dos nossos produtos”, afirma Leandro. “Eles mostram que é possível criar chocolates incríveis e saudáveis sem comprometer o sabor.”
A qualidade dos ingredientes é o ponto de partida para a criação de um produto excepcional. Leandro destaca que um dos principais diferenciais dos chocolates artesanais da empresa em comparação com os produtos convencionais é o cacau utilizado. “Não falamos apenas do teor de cacau, mas da qualidade do fruto e, consequentemente, da amêndoa”, explica.
No cenário dinâmico do mercado de chocolates, onde o consumo crescente e a qualidade estão cada vez mais valorizados, os chocolates artesanais sustentáveis despontam como uma tendência ascendente. “Acreditamos firmemente no potencial dos chocolates artesanais especiais no Brasil”, afirma Leandro.
Para ele, a Além do Cacau não é apenas uma loja de chocolates, mas um ponto de encontro para os apreciadores da verdadeira arte do chocolate. “Dentro de nossas lojas, não apenas vendemos chocolates; proporcionamos uma experiência única”, explica. Ao reunir as principais marcas do país, a empresa não só promove a diversidade e a qualidade dos produtos artesanais, mas também educa o consumidor sobre a importância de escolhas sustentáveis e éticas.
“Não se trata apenas de oferecer produtos bons, mas de alcançar novos públicos e transformar a maneira como as pessoas percebem o chocolate”, destaca Leandro. Ele enfatiza que, além da excelência no produto, a transparência na cadeia de produção e o compromisso com práticas sustentáveis são fundamentais para o futuro do setor.

Desde sua fundação, a marca tem colecionado momentos que vão além do simples empreendimento comercial. O primeiro deles foi o lançamento do chocolate com farinha de Cruzeiro do Sul, conhecido como o “O Acre Existe”.
“Ver a reação das pessoas ao experimentar nosso chocolate, sentir a crocância da farinha de Cruzeiro do Sul e o sabor único que ela traz, foi verdadeiramente emocionante”, relembra Brasil.
O segundo marco emocionante foi a inauguração da segunda unidade da loja, localizada em Foz do Iguaçu, Paraná. A nova loja não só capturou a essência e a cultura acreana em seu design e ambiente, mas também trouxe consigo o apoio contínuo de uma comunidade que cresceu junto com a marca.

“Falar sobre a inauguração da nossa segunda unidade me emociona profundamente”, compartilha Leandro. “É uma realização não apenas pessoal, mas também coletiva. A ‘Além do Cacau’ não é apenas minha empresa, é de todos que acreditam em nosso propósito e nos ajudaram a construir esse sucesso”.
Com apenas dois anos e meio no mercado, a Além do Cacau já se destacou pela qualidade e inovação de seus chocolates artesanais. Agora, a empresa se prepara para uma nova fase de crescimento e diversificação de produtos. Para 2025, Leandro Brasil revela uma possível expansão de franquias e o lançamento de novos sabores inspirados na rica biodiversidade amazônica, como o chocolate com castanha do Acre.
“Acreditamos que nossa marca tem muito a oferecer e estamos empolgados com a oportunidade de levar nossos produtos para novas regiões do Brasil. Queremos fortalecer a cadeia produtiva do chocolate e levar mais da cultura da Amazônia e do nosso querido Acre para o Brasil e o mundo”, conclui Leandro.