Famílias expulsas de suas casas, em meio a dor e incerteza, agora buscam abrigo e respostas na porta da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Após cerca de 100 famílias serem retiradas de uma área conhecida como Terra Prometida, no bairro São Francisco, em Rio Branco, 10 delas se instalaram no hall da Aleac desde o último domingo, 24. O grupo busca uma resposta das autoridades, após perder suas moradias durante uma reintegração de posse realizada na semana passada.

No local, um trator demoliu construções erguidas em uma área de aproximadamente 13 hectares, onde cerca de 100 famílias viviam, algumas há quase cinco anos. As famílias alegam que não têm para onde ir e reclamam da falta de assistência por parte dos órgãos públicos.
“Estamos aqui porque precisamos de uma moradia. Saímos de lá na quinta-feira, nossas casas foram destruídas. Não tivemos tempo de retirar tudo, muitos de nossos pertences ficaram para trás. Estamos vivendo na Aleac em condições precárias, sem alimentos e sem nenhum suporte das autoridades”, afirmou Gabriela Rocha, uma das acampadas.
A situação é ainda mais crítica para mães com crianças pequenas. Susana, de 25 anos, relatou que sua casa foi demolida enquanto ela estava na maternidade com sua filha recém-nascida.
“Cheguei em casa e já não tinha mais nada. Consegui salvar apenas a geladeira e o fogão. Agora, estou aqui com minha bebê de menos de um mês, precisando de leite e fraldas. Estamos ao relento, enfrentando poeira e sereno. Espero que as autoridades tomem providências e nos deem uma moradia digna. Eles destruíram nossos sonhos”, desabafou Susana.

As famílias ressaltam que, além de um lar, precisam de doações de alimentos e itens básicos. Elas afirmam que permanecerão acampadas até que suas reivindicações sejam atendidas.
“O que será de nós no Natal e Ano Novo? Será que este é o presente que as autoridades nos deram? Estamos lutando apenas por um direito básico, uma moradia decente. Pedimos à população e ao governo que olhem para nós com humanidade”, concluiu Gabriela.
O grupo cobra que as autoridades apresentem soluções concretas, como inclusão em programas de habitação social, e questiona o silêncio do poder público diante da situação.