Os servidores da educação municipal de Rio Branco se reúnem, nesta quarta-feira (4), em frente à Prefeitura da cidade, para uma assembleia considerada decisiva. A reunião, marcada para as 16h, irá definir os próximos passos da greve da categoria, que foi iniciada recentemente, mas suspensa por decisão judicial.
O desembargador Lois Arruda, do Tribunal de Justiça do Acre, determinou a suspensão imediata da paralisação. Mesmo assim, a continuidade do movimento ainda será avaliada pelos educadores.
Rosana Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (SINTEAC), afirmou que a decisão sobre seguir ou não com a greve será tomada coletivamente. Segundo ela, o sindicato será oficialmente desligado da coordenação do movimento para evitar multas diárias determinadas pela Justiça.
“Fomos notificados e hoje vamos encaminhar ao Tribunal de Justiça um documento informando que o sindicato não participará mais da greve. A multa é de R$ 50 mil por dia para o sindicato, e R$ 10 mil por dia para mim, individualmente”, explicou Rosana.
Apesar disso, ela destacou que os servidores podem optar por manter a paralisação por conta própria. “Vai depender da coragem e da determinação da categoria de continuar com o movimento”, disse.
Rosana também esclareceu que a greve não foi considerada ilegal pela Justiça. De acordo com ela, o desembargador decidiu suspender a paralisação com base no argumento de que a Prefeitura estaria negociando com os trabalhadores. No entanto, a sindicalista criticou a decisão, alegando que as negociações estão se arrastando há dois anos, sem resultados concretos.
“Eles dizem que não têm dinheiro, mas a gente sabe que tem. Quando foi para aumentar o salário de 31 cargos comissionados, não faltou dinheiro. Esses servidores passaram a receber mais R$ 13 mil, enquanto nossa reivindicação gira em torno de, no máximo, R$ 250”, afirmou Rosana.
Quanto à possibilidade de que os educadores sejam responsabilizados caso decidam continuar com a greve sem o sindicato, Rosana lembrou que isso já aconteceu antes. Segundo ela, em outras situações, o movimento foi mantido pelos próprios servidores, e as reivindicações foram atendidas.
“Tivemos conquistas mesmo sem o sindicato coordenando. Mas tudo depende da postura da categoria neste momento. Não sei se os trabalhadores vão querer continuar com a greve sem o apoio institucional do sindicato”, concluiu.