Mulher presa por matar irmão alega surto ao desconfiar de possível abuso sexual contra a própria filha

Uma tragédia familiar chocou moradores de Rio Branco na tarde desta terça-feira (3), no Conjunto Tucumã. Um homem de 41 anos, identificado como Ramon Arruda Braz, foi morto a facadas dentro da casa onde morava com a irmã, Camila Arruda Braz, suspeita do crime. Ela foi presa em flagrante.

De acordo com informações da Polícia Militar, a discussão teria começado por motivos familiares e terminou de forma violenta. Camila teria atacado o irmão com cerca de 37 facadas, segundo a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que confirmou a morte no local.

O crime ocorreu dentro da casa da família e foi presenciado pela filha da suspeita, uma criança de seis anos de idade. Camila, segundo familiares, tem diagnóstico de transtorno bipolar e faz tratamento médico.

Após o ataque, ela fugiu do local a pé, levando a filha, mas foi vista por vizinhos com o corpo coberto de sangue. A polícia foi acionada e conseguiu localizá-la nas proximidades. A faca usada no crime foi encontrada descartada em uma calçada.

Em depoimento inicial, Camila afirmou que teve um surto ao desconfiar que o irmão estaria abusando sexualmente da filha. Segundo ela, o ataque aconteceu quando Ramon virou de costas após ser chamado para consertar um ventilador.

A criança foi acolhida por uma vizinha até a chegada da avó, mãe dos dois irmãos, que estava trabalhando no momento do crime. A família vivia junto na mesma casa, e vizinhos relataram que as brigas entre os irmãos eram constantes, mas nunca imaginaram que pudessem acabar em violência extrema.

Ramon era estudante do curso de Ciências Sociais na Universidade Federal do Acre (Ufac). O Centro Acadêmico do curso divulgou uma nota lamentando sua morte e destacando sua dedicação à comunidade universitária.

O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), enquanto Camila permanece detida na Delegacia de Flagrantes (Defla). A Polícia Civil vai apurar as circunstâncias do crime e investigar as alegações da suspeita.