Famílias aguardam justiça por mortes de jovens em caixa d’água durante serviço em condomínio de Rio Branco

Oito dias após a tragédia que tirou a vida de dois trabalhadores, a dor e a revolta ainda são sentimentos presentes entre os familiares de Ruan Roger, de 32 anos, e Diony Magalhães, de 22. Eles morreram na última quinta-feira, 12 de junho, enquanto realizavam a pintura interna de uma caixa d’água no condomínio residencial Via Parque, localizado no bairro Floresta Sul, em Rio Branco.

De acordo com relatos, os dois teriam inalado uma grande quantidade de vapores tóxicos da tinta usada no serviço. Essa exposição pode ter provocado um quadro de hipóxia, que é a falta de oxigênio no cérebro. A situação levanta questionamentos sobre as condições de segurança oferecidas pela empresa responsável pela obra. Segundo os familiares, até o momento, não houve nenhum tipo de assistência ou esclarecimento por parte da empresa.

Dionelio de Freitas, pai de Diony, relatou o sentimento de abandono diante da perda do filho, que estava nos primeiros dias de seu primeiro emprego.

Só queremos uma resposta da Justiça, entender o que aconteceu. Já se passaram mais de sete dias e ninguém nos deu uma explicação. É como se eles tivessem morrido e pronto. A gente precisa sentir que houve justiça pela vida deles”, desabafou em entrevista à TV Ecoacre.

Diony faria aniversário no dia 19 de junho. A data, que seria de comemoração, passou a ser lembrada com tristeza pelos familiares. A irmã dele, Denise de Freitas, contou que o jovem estava empolgado com o novo trabalho justamente por causa da proximidade do aniversário. “Estava tudo certo pra gente fazer uma festinha, mas o sonho dele foi interrompido”, lamentou.

A mãe do jovem, Irla Marcela, também falou sobre os planos que o filho não poderá mais realizar. “Ele sempre dizia que queria trabalhar para conquistar as coisinhas dele, construir uma vida com dignidade e, mais tarde, uma família. Esse era o sonho dele. Mas agora, esse sonho foi destruído.

As famílias de Ruan e Diony aguardam por esclarecimentos oficiais sobre o que realmente aconteceu dentro da caixa d’água. Eles também querem saber se os equipamentos e protocolos de segurança exigidos por lei estavam sendo cumpridos. Enquanto esperam por justiça, tentam encontrar forças para lidar com a ausência dos jovens que saíram para trabalhar e não voltaram mais.