A perícia realizada no corpo da advogada Juliana Chaar Marçal, de 36 anos, concluiu que ela não foi atingida por disparos de arma de fogo. Juliana morreu após ser atropelada em frente a uma casa noturna, em Rio Branco, na madrugada de sábado, dia 21 de junho. O atropelamento ocorreu logo após disparos feitos pelo advogado Keldheky Maia da Silva.
Segundo o laudo pericial, não foram encontradas perfurações causadas por arma de fogo no corpo da vítima. Keldheky Maia, que é sócio do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Acre (OAB/AC), Rodrigo Aiache, pode responder por tentativa de homicídio.
De acordo com o inquérito policial, uma testemunha que estava no local relatou ter visto toda a confusão desde o início, ainda dentro da casa noturna Dibuteco. Segundo o depoimento, uma pessoa — identificada depois como Keldheky Maia da Silva — saiu do local, foi até um carro, pegou uma pistola e começou a atirar em direção ao grupo envolvido na briga. A advogada Juliana estaria na linha de tiro no momento dos disparos.
Logo após os tiros, Juliana foi atropelada, o que pode ter sido consequência direta da confusão. No mesmo dia, o pai da vítima procurou a Delegacia de Flagrantes (DEFLA) e informou que a filha poderia ter sido atingida por um tiro nas costas. Por esse motivo, o delegado Vanderlei Scherer Thomas solicitou um exame pericial para esclarecer a causa da morte.
O coordenador da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC), delegado Pedro Paulo Buzolin, confirmou que o exame não apontou ferimentos por arma de fogo. Ainda assim, o advogado pode ser indiciado por tentativa de homicídio, já que as imagens das câmeras de segurança mostram ele atirando em direção às pessoas.
“O delegado lavrou o auto de prisão em flagrante pelo porte ilegal de arma de fogo, com base nas informações que estavam disponíveis no momento. No entanto, o caso pode evoluir para um inquérito por tentativa de homicídio”, declarou o delegado Buzolin.