A Prefeitura de Rio Branco decretou situação de emergência nesta quarta-feira (6) por causa da forte estiagem que atinge o Rio Acre, principal fonte de abastecimento da capital. O documento, assinado pelo prefeito Tião Bocalom (PL), deve ser publicado ainda hoje no Diário Oficial do Estado, e garante respaldo legal para ampliar as ações da Defesa Civil e demais órgãos diante da crise hídrica.
Durante coletiva de imprensa, Bocalom explicou que o decreto busca acelerar medidas para enfrentar a seca e reforçar a prevenção a queimadas. “Nosso rio está bem abaixo do nível esperado para esta época do ano. Mas, felizmente, o ar que respiramos ainda está bom. Isso é reflexo do trabalho de conscientização com a população. Não estamos multando, estamos educando, e está dando resultado. Fizemos reuniões com grandes proprietários urbanos para que limpem seus terrenos e evitem focos de incêndio. Aos poucos, estamos conseguindo organizar a cidade”, afirmou.
Apesar da estiagem severa, Rio Branco tem conseguido manter bons índices de qualidade do ar, segundo o prefeito. Ele atribui o feito a um esforço coletivo, envolvendo a comunidade e ações da Secretaria Municipal de Cuidados com a Cidade, como a limpeza de áreas públicas e a coleta programada de lixo nos fundos dos quintais.
O coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, ressaltou a importância do decreto. “Ele garante base jurídica e administrativa para intensificar as ações de resposta que já estamos realizando desde o início de julho. Com isso, poderemos agir com mais rapidez em 73 comunidades rurais e em todos os bairros da cidade. A situação já extrapolou os limites e exige medidas emergenciais”, explicou.
Outra preocupação é o fornecimento de água. Segundo o presidente do Saerb, Enoque Pereira, o sistema de captação e distribuição está funcionando normalmente, mesmo após dois meses de estiagem. “Estamos preparados. Mesmo que o rio atinja o nível mais crítico registrado no ano passado, a distribuição deve seguir sem grandes impactos. Mas precisamos da colaboração dos moradores. A partir de amanhã, entra em vigor uma resolução da Ageac que obriga o uso de boias nas caixas d’água. É fundamental evitar o desperdício. O Saerb faz sua parte, mas cada cidadão precisa fazer a sua também”, concluiu.
