O Ministério dos Transportes propôs acabar com a exigência de aulas em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A medida gerou forte reação do setor, que prevê o fechamento de cerca de 15 mil empresas em todo o país.
O presidente da Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto), Ygor Valença, acusou a pasta de “banalizar” e “acabar” com as autoescolas.
“Vão jogar esses trabalhadores e novos condutores na rua? (…) A gente vê o fechamento de 15 mil empresas. Isso não é flexibilização, é substituição. Além disso, pode aumentar o número de acidentes”, afirmou.
Já a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) nega que haja prejuízo para o setor. O secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, sustenta que a mudança, ao contrário, tende a beneficiar as autoescolas com a redução de custos operacionais e o aumento da procura pela CNH.
Segundo ele, o projeto vem sendo estudado há alguns anos, inclusive em gestões anteriores, e foi motivado principalmente pelo alto número de motoristas sem habilitação e pelo custo elevado do processo atual.
“O governo fez uma pesquisa de campo, encomendada pela Secom, e detectou um número alarmante: cerca de 20 milhões de pessoas dirigem ou pilotam motos sem CNH. É um dado muito grave e drástico”, destacou.