Advogado diz que Bolsonaro rejeitou asilo na Argentina e nega plano de fuga


O advogado Paulo da Cunha Bueno, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro no processo sobre a suposta trama golpista, afirmou que seu cliente recebeu, há mais de um ano e meio, uma sugestão para pedir asilo político à Argentina — proposta que, segundo ele, foi prontamente recusada.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (21) que ele descartou a possibilidade de pedir asilo político à Argentina.

De acordo com a Polícia Federal, uma minuta de pedido de asilo foi encontrada no celular de Bolsonaro e endereçada ao presidente argentino, Javier Milei. O documento teria sido produzido pela esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e salvo no aparelho em 10 de fevereiro de 2024, dois dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis.

Cunha Bueno garante que “a fuga nunca foi uma opção” e reforça que Bolsonaro permaneceu no Brasil, participando de todas as etapas do processo, inclusive de sessões para as quais não havia sido convocado. Ele lembrou que o ex-presidente esteve presente no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República, transformando-o em réu.

O ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa explique, no prazo de 48 horas, a presença da minuta no celular de Bolsonaro. Em despacho, Moraes destacou que a PF identificou violações às medidas cautelares impostas, apontando que o ex-presidente manteve intensa atividade nas redes sociais, em descumprimento às restrições estabelecidas.