Motociclista sofre corte profundo no rosto após ser atingido por linha de pipa em Rio Branco

O motociclista Édson Braga, de 46 anos, escapou de uma tragédia na tarde de sexta-feira (5), ao ser atingido por uma linha de pipa enquanto trafegava pela Avenida Ceará, próximo à Quarta Ponte, em Rio Branco.

Mesmo em baixa velocidade, ele sofreu um corte profundo próximo ao nariz e ferimentos próximos aos olhos. Segundo Braga, a linha poderia ter atingido seu pescoço, mas ele conseguiu afastá-la a tempo.

“Estava voltando para casa e senti a linha passando pelo meu nariz. Freei a moto e empurrei a linha para frente. Quando olhei no retrovisor, meu rosto estava cheio de sangue. Ainda cortei os dedos indicador e anelar ao empurrar a linha”, contou.

Ele tentou identificar o responsável, mas não viu ninguém no local. Braga acredita que a pipa tenha caído e alguém estivesse recolhendo a linha na região do bairro Cadeia Velha, pois ela estava baixa e esticada.

Após o incidente, ele gravou um vídeo nas redes sociais para alertar sobre o perigo.

“Olha o que a linha da pipa fez no meu nariz. Se isso pega no meu pescoço, eu estava morto”, afirmou.

O motociclista seguiu até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do 2º Distrito, onde recebeu atendimento. Ele ressaltou que o uso de linhas cortantes, como a chilena ou com cerol, precisa ser fiscalizado.

“Essas linhas precisam ser apreendidas. Se tivesse acontecido o pior, o sonho de uma família seria destruído por irresponsabilidade”, criticou.

Perigo das linhas cortantes

Linhas com cerol ou chilena são quase invisíveis e altamente cortantes, representando risco grave para motociclistas e pedestres. Em julho deste ano, a bióloga Jéssica Souza dos Santos, de 33 anos, morreu em Cruzeiro do Sul após ter o pescoço atingido por uma linha com cerol.

No Acre, a Lei nº 4.394 proíbe o uso, posse, fabricação, comercialização e importação de cerol e linhas cortantes, exceto para prática esportiva em locais autorizados. A infração pode gerar punições penais e civis, além de multas que variam de R$ 2 mil a R$ 30 mil para comerciantes que vendam o material irregularmente.

Braga, que trabalha com refrigeração de ar-condicionado e sustenta a filha que estuda medicina no Paraguai, disse que ainda não registrou boletim de ocorrência, mas reforçou sua indignação.

“Minha filha depende do meu trabalho para se manter na faculdade. Se tivesse acontecido o pior, todo esse esforço teria sido jogado no lixo por irresponsabilidade”, lamentou.