A Polícia Civil do Acre informou que deve concluir até a próxima semana o processo de extradição de Weverton Santana da Silva, conhecido como “Calango Azul”, apontado como um dos criminosos mais perigosos do estado. Ele foi capturado na última segunda-feira (15), em uma operação realizada em Riberalta, na Bolívia, onde vivia com identidade falsa e usava o apelido de “Shango”.

Com oito mandados de prisão preventiva em aberto, “Calango Azul” é acusado de chefiar o tráfico de drogas entre Brasil e Bolívia, com forte atuação em Plácido de Castro, Acrelândia e Capixaba. Ele também responde a investigações por homicídios, sequestros, extorsão, roubos de veículos de luxo e máquinas agrícolas. Após a extradição, será encaminhado para a Unidade de Recolhimento Social Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, presídio de segurança máxima.
Segundo o delegado Aldízio Neto, titular da Delegacia de Capixaba, o criminoso se especializou em roubos de camionetes, sendo responsabilizado por ao menos 15 assaltos somente na região. Em várias dessas ações houve troca de tiros, e em um dos casos, comparsas dele morreram durante o confronto.
Assassinatos e crimes violentos na fronteira
Entre os crimes mais graves atribuídos a “Calango Azul” está o assassinato do fazendeiro João Lopes Ferreira, o “João Goiano”, de 74 anos, uma das figuras mais influentes e ricas de Plácido de Castro. O crime ocorreu em 8 de fevereiro de 2024, na fazenda da vítima, no Ramal Mendes Carlos II.

De acordo com a investigação, o fazendeiro foi surpreendido ao chegar ao curral e atingido por dois disparos na região das costelas. A perícia encontrou restos de cigarros e um esconderijo improvisado, indicando que o criminoso aguardou a vítima durante a madrugada. Após o homicídio, a sede da fazenda foi saqueada, e os bandidos levaram uma camionete e uma arma de fogo.
A polícia também apura o envolvimento de “Calango Azul” em outros assassinatos ainda não solucionados em Plácido de Castro e Acrelândia. As investigações apontam que ele atuava como pistoleiro a serviço de facções criminosas, além de controlar rotas do tráfico na fronteira.
A expectativa é que sua extradição acelere inquéritos sobre homicídios e demais crimes atribuídos a ele. Caso seja condenado em todos os processos, poderá passar o restante da vida na prisão.