Suspeita de envolvimento na morte de professor é solta sem pagar fiança no Acre

Após três dias presa, Marijane Maffi, de 46 anos, foi colocada em liberdade no último sábado (4). Suspeita de envolvimento na morte do professor de dança Reginaldo Silva Corrêa, ela havia tido fiança de R$ 10 mil estipulada pela Justiça, mas o desembargador Francisco Djalma decidiu dispensá-la do pagamento após a defesa alegar que o valor era incompatível com sua renda mensal de R$ 2.919,14 como servidora da Secretaria Municipal de Saúde de Epitaciolândia.

Marijane Maffi é vizinha de suspeito que confessou ter matado professor de dança — Foto: Reprodução

Apesar da liberação, Marijane deverá cumprir medidas cautelares, entre elas:

  • recolhimento domiciliar das 20h às 6h na maior parte da semana e das 19h às 6h nas sextas-feiras;
  • comparecimento mensal em juízo;
  • proibição de frequentar bares, boates e locais de venda de bebidas alcoólicas;
  • restrição de contato com testemunhas do processo;
  • proibição de sair da comarca de Epitaciolândia por mais de dez dias sem autorização judicial.

A defesa também pediu que ela seja autorizada a cumprir tratamento médico em Porto Velho, devido a temores de retaliação na cidade. O pedido ainda aguarda decisão judicial.

Transferência de outro suspeito

Com a soltura de Marijane, apenas Victor Oliveira da Silva, de 27 anos, segue preso. Ele confessou ter matado o professor e deve ser transferido para o Complexo Prisional de Rio Branco. O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) informou que não pode detalhar datas ou procedimentos por questões de segurança.

O crime

Reginaldo Corrêa, conhecido como Reggis, desapareceu no dia 29 de setembro, após informar à ex-esposa que faria uma entrega. Seu corpo foi localizado em 1º de outubro, enterrado em uma cova rasa, em um terreno entre as casas dos dois investigados.

Victor confessou que atraiu a vítima para sua residência, onde discutiram. Ele disse que aplicou um golpe “mata-leão” até perceber que o professor não tinha mais sinais vitais. Em seguida, dormiu ao lado do corpo e o enterrou no dia seguinte.

Ainda segundo a polícia, Marijane teria ajudado a ocultar o crime ao levar o carro de Reggis até Cobija, na Bolívia, alegando que o veículo estava à venda.

Acadêmico de Educação Física, coreógrafo e professor de zumba, Reggis também atuava como agente territorial do Sebrae. Ele deixou uma filha de seis anos. Sua morte gerou grande comoção entre familiares, amigos, alunos e instituições no Acre.