Mandante da Chacina do Taquari vai a júri: ‘Negro Bala’ terá destino decidido pelo povo

A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) negou o recurso apresentado pela defesa do líder criminoso Wellington Costa Batista, conhecido como “Negro Bala”, apontado como mandante da chamada Chacina do Taquari. Com a decisão em segunda instância, foi mantida a pronúncia, e o acusado será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri pela execução de dois integrantes de facção rival.

O ataque ocorreu na noite de 3 de novembro de 2023, quando membros do Comando Vermelho invadiram uma residência na Rua do Sol, no bairro Taquari, onde estavam reunidos integrantes do Bonde dos 13. O grupo foi surpreendido e houve intenso confronto armado. Após a troca de tiros, seis faccionados morreram. Entre as vítimas estavam Adgilson Ferreira da Silva e Valdez das Graças Batista dos Santos, do Bonde dos 13, além de Tailan Dias da Silva, Sebastião Ítalo do Nascimento, Tiago Rodrigues da Silva e Luan Batista dos Santos, ligados ao Comando Vermelho.

Investigado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa, “Negro Bala” foi denunciado pelo Ministério Público como o mandante do ataque, sendo responsabilizado diretamente pelas mortes de Adgilson Ferreira e Valdez das Graças. Após a audiência de instrução e julgamento, a Justiça decidiu que ele deveria ir a júri popular.

A defesa entrou com recurso em sentido estrito, pedindo a impronúncia do réu. O argumento central foi de que a acusação se fundamentaria no depoimento de um adolescente prestado apenas na fase investigativa, sem confirmação em juízo, além da suposta ausência de provas concretas que ligassem “Negro Bala” ao crime.

Ao votar pela manutenção da decisão, o relator do processo, o desembargador Francisco Djalma, destacou que, embora o adolescente não tenha ratificado em juízo o depoimento extrajudicial, o conjunto probatório apresentado até o momento indica a probabilidade de que a execução das mortes tenha ocorrido por determinação do réu, o que é suficiente para a fase de pronúncia.

O voto do relator foi acompanhado por unanimidade pelos demais desembargadores da Câmara Criminal, confirmando que “Negro Bala” sentará no banco dos réus para ser julgado pelo Tribunal do Júri.