O que é inteligência artificial?

Sim, caro leitor, a nossa coluna é sobre direito, e conversamos bastante sobre direito trabalhista.

Então, você pode achar estranho do nada eu começar a falar sobre inteligência artificial (IA). Mas, acredito que a essa altura, você já deva ter ouvido falar alguma coisa sobre o assunto, não é? E, muito provavelmente, leu ou ouviu algo sobre a IA roubar os empregos das pessoas.

No nosso artigo da semana que vem trataremos especificamente sobre isso, mas, antes devemos entender o que é uma inteligência artificial. Por isso o texto da coluna hoje é especialmente sobre esse assunto, para introduzir o assunto da semana que vem.

Uma inteligência artificial pode ser entendida de maneira mais simplificada como um sistema (programa) de computador capaz de imitar o pensamento humano. A ideia de uma IA é tentar se comportar como se fosse um humano naquela tarefa que ela está realizando.

Isso pode ser usado para reconhecimento de fala, tomada de decisões, criação de textos, imagens, identificação de padrões e tantas outras atividades.

Então, é um sistema que não apenas faz o que nós pedimos e foi programado a fazer, mas vai além e se comporta como um humano para realizar a tarefa.

Sabe a Siri, Alexa e outros assistentes virtuais que os celulares têm? Eles são inteligências artificiais. Você pode pedir para a Alexa apagar as luzes de casa falando de diversas maneiras variadas como “Alexa, apague as luzes”, “Alexa, deligue a luz”, “Alexa deligue o quarto”, “Alexa, quero ficar no escuro”. Ela vai entender todas as variações razoáveis, mesmo não sendo programada para responder a um conjunto específico de palavras. Por ser uma IA, ela entende o contexto e o conteúdo do comando.

Um sistema de IA é treinado sempre tentando imitar o cérebro humano, mesmo que ainda não faça isso com perfeição e nem em todas as atividades. Então há IA’s em várias atividades diferentes, incluindo a militar para pensar em estratégia no campo de batalha.

Hoje em dia, a inteligência artificial já é capaz de escrever um texto jornalístico, um relatório, um projeto de pesquisa e uma variação infindável de trabalhos textuais.

Essa é a razão do texto de hoje: você deve saber que a maioria das profissões atualmente são exercidas com a escrita.

Mas, destaco que não é somente nos textos que ela fica, já há inteligência artificial especializada em diagnósticos médicos que conseguiu prever o aparecimento de um câncer com 5 anos de antecedência. Também há IA na análise e desenvolvimento de novos medicamentos e materiais de produtos

Ainda assim, o uso mais comum de IA é para criar textos. Então, para isso, usamos o que é chamada de inteligência artificial generativa de texto, como o Chat GPT ou o Copilot da Microsoft.

Essa é “uma categoria de IA que cria textos automaticamente, aprendendo com o grande volume de dados textuais para simular a escrita humana”. Inclusive, esse trecho que está entre aspas foi um conceito que a própria IA generativa de texto criou e eu trouxe para você.

As IA’s generativas de texto são treinadas por humanos com base em aprendizado de máquina para analisar e aprender padrões em textos existentes escritos por humanos, para que então use esse aprendizado para gerar novos conteúdos com coerência humana.

Os benefícios das inteligências artificiais generativas de texto incluem a capacidade de acelerar a produção de conteúdo, personalizar interações com usuários e melhorar a eficiência de serviços automatizados. Elas oferecem respostas rápidas em aplicativos de chat, facilitam a criação de documentos sem a necessidade de intervenção humana constante e ajudam na tradução de idiomas, tornando a comunicação mais acessível e fluída em diferentes contextos.

Portanto, ao passo que exploramos a presença cada vez maior da inteligência artificial no mundo moderno, especialmente nas profissões relacionadas à escrita, é essencial entender tanto suas capacidades quanto suas limitações.

A próxima semana trará uma discussão mais aprofundada sobre como a IA pode influenciar o mercado de trabalho, mas por agora, é fundamental reconhecer que, apesar de suas impressionantes habilidades, a IA ainda funciona dentro de um escopo definido por humanos, complementando mais do que substituindo a criatividade e intuição humanas.

Sobre o colunista: Leonardo Fontes Vasconcelos é advogado trabalhista licenciado, especialista em direito digial, professor de direito processual do trabalho, assessor no Ministério Público do Estado do Acre e membro da Academia de Letras Jurídicas do Acre. Você pode entrar em contato com ele pelo Instagram @leofvasconcelos.