O protesto de policiais militares e bombeiros nesta quarta-feira (12), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), ganhou o apoio de diversos deputados que cobraram do governo isonomia salarial e valorização da categoria. Os parlamentares denunciaram o descaso com os profissionais de segurança pública, que não recebem reajustes há mais de uma década, e criticaram os gastos excessivos do Executivo em outras áreas.
O deputado Emerson Jarude (Novo) acusou o governo de cometer “estelionato eleitoral”, prometendo melhorias desde 2018 sem cumpri-las. Ele destacou que o Estado destina milhões para contratos de passagens aéreas e aeronaves, mas não prioriza quem arrisca a vida diariamente no combate ao crime. “O Acre está dominado por facções, e são esses profissionais que enfrentam o crime sem saber se voltarão para casa. Mesmo assim, não têm sequer a reposição das perdas inflacionárias”, declarou.
O líder da oposição, Edvaldo Magalhães (PCdoB), reforçou que o governador Gladson Cameli se comprometeu publicamente a corrigir distorções salariais herdadas da gestão anterior, mas até agora não cumpriu sua palavra. Ele alertou que as negociações precisam ser fechadas antes da abertura de uma “janela fiscal” que permita a implementação dos reajustes.
Já o deputado Gene Diniz (Republicanos), que é militar da reserva, ressaltou o impacto da defasagem salarial na vida dos profissionais. “São 10 anos sem aumento. Muitos militares precisam fazer ‘bicos’ para sustentar suas famílias, o que gera desgaste físico e psicológico”, afirmou. Ele garantiu que buscará interlocução com o governo para encontrar uma solução digna para a categoria.
Os parlamentares reforçaram que a luta dos militares não é apenas por reajuste salarial, mas por reconhecimento e melhores condições de trabalho. Eles prometeram pressionar o governo para que as reivindicações da categoria sejam atendidas o quanto antes.