O governo Trump se posicionou oficialmente contra as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, chamando o bloqueio de perfis em redes sociais de “censura” e afirmando que a medida viola princípios democráticos. O Departamento de Estado dos EUA condenou a aplicação de multas a empresas americanas, como a rede social X, de Elon Musk, por não cumprirem ordens de bloqueio, e alertou que essas decisões são incompatíveis com a liberdade de expressão.
Além disso, a Trump Media & Technology Group, empresa de Donald Trump, e a Rumble processaram Moraes na Justiça americana, alegando que suas ordens extraterritoriais causam “dano irreparável”. O caso envolve a liberação das redes sociais do militante bolsonarista Allan dos Santos, que vive nos EUA e teve um mandado de prisão expedido por Moraes no Brasil. O ministro também multou o X em R$ 8,1 milhões por não fornecer dados cadastrais do jornalista, mas a plataforma alegou não possuir essas informações.
Paralelamente, o Congresso americano analisa uma lei que pode cassar vistos, deportar e impedir a entrada de autoridades estrangeiras envolvidas em violações da liberdade de expressão. Se aprovada, a medida pode atingir diretamente Moraes, juízes auxiliares, procuradores e agentes da Polícia Federal responsáveis por ordens de bloqueio de perfis. A proposta, apresentada pelos republicanos Darrell Issa e Maria Salazar, já passou por um comitê da Câmara e segue para votação no Congresso. Durante a tramitação, Moraes chegou a ser citado por parlamentares e teve sua foto exibida no plenário da Câmara dos Representantes.
Caso a lei seja aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Donald Trump, o Brasil poderá enfrentar um embate diplomático sem precedentes com os Estados Unidos, ampliando ainda mais a pressão internacional sobre Moraes e o Supremo Tribunal Federal.