O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta sexta-feira (7) as novas tarifas impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante sua participação no podcast Flow, ele ironizou a postura protecionista dos EUA e comparou com as medidas do governo brasileiro para reduzir impostos sobre alimentos, citando o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O Trump está lá, taxando. Você vê que coisa, né? O cara que o Bolsonaro apoia nos Estados Unidos tá querendo taxar o mundo inteiro e Lula acabou de anunciar redução do imposto de alimentos”, declarou Haddad.
As novas tarifas dos EUA entraram em vigor na última terça-feira (4) e fazem parte de uma estratégia para fortalecer a indústria norte-americana. As medidas incluem:
• Taxa de 25% sobre importações do Canadá e do México, exceto energia canadense, que será taxada em 10%.
• Taxa de 20% sobre importações da China.
• A taxação abrange cerca de US$ 1,5 trilhão em importações anuais, impactando o comércio global.
Impacto no Brasil
Embora o Brasil ainda não tenha sido diretamente atingido, setores estratégicos como aço, alumínio, madeira e etanol podem ser afetados. Os EUA são o principal destino das exportações brasileiras de madeira, representando 42,4% do total. Além disso, o aço e o alumínio também correm risco de taxação.
No caso do etanol, Trump pode aumentar a atual tarifa de 2,5% sobre o produto brasileiro como resposta à taxa de 18% que o Brasil aplica ao etanol norte-americano.
Brasil reduz impostos sobre alimentos
Enquanto os EUA aumentam tarifas, o governo brasileiro anunciou a isenção de impostos sobre produtos essenciais, como:
• Café, azeite de oliva e óleo de girassol (antes taxados em 9%).
• Milho (7,2%).
• Açúcar (14%).
• Sardinha (32%).
• Biscoitos e massas (16,2% e 14,4%, respectivamente).
• Carnes (10,8%).
Além disso, o governo ampliou a cota de importação de óleo de palma de 65 mil para 150 mil toneladas e reforçou os estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para evitar aumentos nos preços.