O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que nunca cogitou dar um golpe de Estado e que eventuais discussões sobre estado de sítio, estado de defesa e o artigo 142 da Constituição foram descartadas “logo de cara”. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele negou qualquer intenção de impedir a posse de Lula e disse que, ao perder a eleição, houve apenas um momento de surpresa. “Se você quer dar golpe, troca o ministro da Defesa, troca o comandante de Força. Isso não passou pela minha cabeça”, declarou.
Bolsonaro também comentou a possibilidade de ser preso, afirmando que isso significaria “o fim da sua vida” devido à sua idade, já que enfrenta acusações que podem somar mais de 40 anos de prisão. Sobre a delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, ele negou ter pedido falsificação do cartão de vacinação e disse que essa acusação já foi arquivada pela Procuradoria-Geral da República. Segundo ele, as investigações são injustas e carecem de provas. “Cadê meu crime? Onde eu quebrei alguma coisa?”, questionou.
O ex-presidente ainda afirmou que não pretende buscar asilo político e confia na justiça, dentro do que chamou de “quatro linhas” da Constituição. Ele garantiu que não apoia projetos de anistia que envolvam seu nome e reforçou que seu objetivo é o bem do país, apesar das acusações que enfrenta.
