Um caso ocorrido em uma escola particular de Campinas (SP) está sendo investigado pela Polícia Civil. A denúncia é de agressão contra um menino autista de 6 anos, que teria sido imobilizado de forma violenta por uma professora durante uma crise.
O caso ganhou repercussão após a divulgação de um vídeo gravado por uma funcionária da própria escola. Nas imagens, a professora aparece sentada sobre o aluno, segurando-o pelos punhos. Em determinado momento, ela levanta a mão em direção à criança, e um estalo é ouvido, embora não fique claro se houve agressão física.
O episódio aconteceu em 26 de março e, dias depois, a família do aluno registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal. A mãe do menino, visivelmente abalada, está sendo ouvida, assim como testemunhas. A investigação está em andamento.
A escola, nega qualquer agressão e afirma que a ação da professora seguiu o “procedimento padrão” adotado em casos de crise. A direção declarou que o aluno já apresentava histórico de comportamentos agressivos e que chegou naquele dia mais cedo do que o habitual, descompensado e agitado. Segundo a escola, a professora teria sido agredida fisicamente pela criança e, sem apoio imediato, optou por contê-lo para garantir a segurança dele e das pessoas ao redor.
Ainda segundo a escola, a professora tem mais de 30 anos de experiência na área da educação, além de ser portadora de doenças autoimunes, o que teria dificultado ainda mais sua reação diante da crise. A direção afirma que a profissional jamais teve conduta violenta com alunos.
Por outro lado, a advogada da família da criança classificou a situação como uma “cena de tortura“, alegando que a abordagem foi desumana e totalmente inadequada. Especialistas ouvidos também condenaram a conduta. Para a médica pediatra Raquel Del Monde, especializada em autismo, “nada justifica sentar sobre uma criança como forma de contenção“. Segundo ela, esse tipo de abordagem pode agravar ainda mais a crise e deve ser feita apenas por profissionais treinados, em casos extremos e com muito cuidado.
O caso continua sendo investigado e segue gerando grande comoção entre pais, profissionais da educação e especialistas na área de saúde infantil.