Um crime brutal ocorrido na última quarta-feira (11), na zona rural de Capixaba, interior do Acre, chamou atenção pela crueldade e pelo histórico do acusado. Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, assassinou sua ex-companheira, Auriscléia Lima do Nascimento, de 25 anos, com pelo menos oito golpes de terçado. A violência aconteceu na frente dos filhos do casal, em um assentamento chamado Campo Alegre.
Um dos filhos, um menino de apenas quatro anos, diagnosticado com autismo, tentou defender a mãe e acabou ferido no rosto. O caso mobilizou rapidamente as forças de segurança do Estado, que iniciaram uma operação para localizar o agressor.
O que mais chocou as autoridades e a população foi o histórico criminal de Natalino. Mesmo já tendo sido condenado por dois homicídios — um deles qualificado — e por estupro, ele estava em liberdade. De acordo com o delegado Aldízio Neto, responsável pelo caso, uma das condenações anteriores foi por estuprar e matar a esposa de um tio, no município de Senador Guiomard. A outra condenação, por homicídio simples, ocorreu após um assassinato cometido em Rio Branco. Juntas, as penas ultrapassam 35 anos de prisão.
Após o assassinato de Auriscléia, equipes da Polícia Civil, Polícia Militar, Gefron, Força Nacional, PRF, Corpo de Bombeiros, Ciopae e Core realizaram buscas intensas na região. Três dias depois do crime, no sábado (14), Natalino foi localizado escondido em uma área de mata na colocação Promissão, nas proximidades da Reserva Chico Mendes.
A prisão foi possível após um morador da região relatar à polícia que Natalino o procurou pedindo ajuda para se entregar. Ele alegava estar sendo ameaçado de morte e temia ser linchado pela própria comunidade caso retornasse à cidade.
Durante o interrogatório, Natalino confessou o crime. Disse que agiu por ciúmes e por não aceitar que Auriscléia se recusasse a entregar um dos filhos para ele. Testemunhas relataram que, antes do ataque, o homem discutiu com a vítima, e após ela negar o pedido, ele pegou um terçado e a atacou violentamente, atingindo principalmente a nuca e os braços. Auriscléia morreu no quintal de casa.
O caso reacende o debate sobre o sistema penal e os riscos de reincidência de criminosos com histórico de violência extrema. A comunidade local ainda está abalada com a tragédia e aguarda justiça.