A audiência de instrução dos policiais militares Gleyson Costa de Souza e Cleonizio Marques Vilas Boas, acusados de matar a enfermeira Géssica Melo de Oliveira, de 32 anos, após ela furar um bloqueio policial em Capixaba, foi suspensa no fim da tarde desta quarta-feira (24).

O julgamento, que começou às 8h30 e se estendeu até por volta das 18h, precisou ser interrompido em razão do horário avançado e do grande número de testemunhas ainda a serem ouvidas. De acordo com o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), a audiência será retomada em 29 de outubro.
Nesta primeira etapa, mais de 20 testemunhas arroladas pela acusação foram ouvidas, entre elas peritos, médicos, delegado e pessoas que participaram da investigação. Em outubro, devem depor 19 testemunhas da defesa, além dos próprios réus.
O advogado da família da vítima, Walisson dos Reis Pereira, explicou que, após a oitiva de todas as partes, o juiz decidirá se haverá sentença de pronúncia — que leva os acusados ao Tribunal do Júri — ou de impronúncia. Ele acredita que o caso seguirá para júri popular.
“Para ir ao Tribunal do Júri basta a comprovação de autoria e materialidade. Já temos provas do homicídio, da fraude processual e também do porte ilegal de arma de fogo, pois as investigações mostraram que um dos policiais plantou uma arma na cena do crime para atribuí-la à enfermeira”, disse.
Já o advogado de defesa dos policiais, Wellington Silva, sustenta que o processo ainda tem pontos a esclarecer e que o resultado pode ser diferente do esperado pela acusação.
“Ainda há perícias, diligências e provas testemunhais a serem analisadas. Isso pode trazer uma reviravolta e até evitar que o caso vá ao júri”, afirmou.
Em abril deste ano, a audiência de instrução havia sido adiada. A primeira parte só pôde ser realizada nesta quarta-feira.
