A Justiça Eleitoral tomou uma decisão firme nesta terça-feira, 31, bloqueando R$ 400 mil e confiscando 200 bois pertencentes ao vereador Charles Guimarães dos Santos, de Feijó. Além disso, ele foi afastado de sua posição na Colônia de Pescadores e está proibido de se comunicar com membros da diretoria da entidade. A medida foi tomada devido a acusações de crimes eleitorais e outras infrações.
O vereador Charles Guimarães já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão em setembro do ano passado, juntamente com sua filha, em uma operação da Polícia Civil. A investigação liderada pela delegacia de Polícia Civil de Feijó apontou o vereador como o líder de um esquema que envolvia compra de votos, peculato e lavagem de dinheiro. As acusações também incluem a apropriação indevida de recursos da Colônia de Pescadores, tais como o dinheiro proveniente da venda de produtos da entidade e das mensalidades pagas por pescadores registrados.
Na época, os mandados foram expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Feijó com o objetivo de localizar documentos, dispositivos telefônicos e mídias digitais que pudessem fornecer provas relacionadas a crimes eleitorais, peculato e lavagem de dinheiro supostamente cometidos pelo vereador.
Segundo a investigação, Charles Guimarães estaria utilizando a Colônia de Pescadores para favorecer eleitores que votaram nele ou em candidatos de sua indicação. Há depoimentos que indicam que pessoas não receberam ou enfrentaram dificuldades para receber o auxílio defeso (benefício concedido aos pescadores durante o período de proibição da pesca) caso não votassem no vereador. Também foi apurado que diversas pessoas que não atendiam aos requisitos mínimos para o benefício do seguro defeso estavam sendo contempladas apenas por terem apoiado Charles nas eleições anteriores para o cargo de vereador.