O Acre alcançou um índice de 51% de homicídios esclarecidos em 2023, superando em mais do que o dobro a média nacional, que ficou em 36%. Os dados fazem parte da pesquisa “Onde Mora a Impunidade”, realizada pelo Instituto Sou da Paz e divulgada nesta segunda-feira (6).
O levantamento analisou informações de crimes registrados em 16 estados e no Distrito Federal, obtidas junto a Ministérios Públicos e Tribunais de Justiça por meio da Lei de Acesso à Informação. No total, foram contabilizados 24,1 mil homicídios nas 17 unidades analisadas, mas apenas 8,8 mil resultaram em denúncias criminais.
No ranking nacional, o Distrito Federal lidera com 96% de casos esclarecidos, enquanto a Bahia aparece na última posição, com apenas 13%. O Acre se destacou não apenas pelo índice de resolução, mas também pela qualidade dos dados enviados: o estado preencheu 78% das informações sobre raça das vítimas, revelando que sete em cada dez mortos eram pretos ou pardos.
Entre os estados que disponibilizaram dados de idade, o Acre também ajudou a confirmar o perfil mais comum das vítimas de homicídio no país: jovens de 18 a 24 anos, que corresponderam a 22% dos registros.
Apesar do desempenho do Acre e do Distrito Federal, a pesquisa aponta que a qualidade das investigações no Brasil pouco avançou nos últimos oito anos. Desde 2015, a taxa nacional de homicídios esclarecidos variou entre 32% e 39%, chegando a 44% em 2018, mas voltando a cair nos anos seguintes.
O Instituto Sou da Paz relaciona os baixos índices de resolução à pequena proporção de homicidas presos. Dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais mostram que, do total de 670 mil presos no país, apenas 13% respondem por homicídio, enquanto crimes patrimoniais representam 40% das prisões e o tráfico de drogas, 31%.
 
				 
															 
								 
															 
								