A mãe de um aluno de 4 anos da Escola Municipal Menino Jesus, em Brasileia, no interior do Acre, registrou um boletim de ocorrência após o filho supostamente ter sido forçado a tomar banho durante uma crise nervosa, no dia 6 de outubro.

De acordo com o relato de Mayra Francisca Ribeiro de Sousa Balan, o menino, que está em acompanhamento neuropsicológico e em processo de avaliação para autismo e Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), teria sido contido por funcionários da escola e levado ao chuveiro contra a vontade.
“Meu filho foi abusado. O que fizeram com ele foi monstruoso”, afirmou Mayra.
A mãe contou que foi chamada à escola durante as comemorações do Dia das Crianças. Ao chegar ao local, encontrou o filho molhado, quase despido e em estado de nervosismo. Segundo ela, o menino apresentava um arranhão no rosto e machucados no peito e em uma perna.

Mayra afirma que, conforme relatado pela direção, a confusão começou após o menino se recusar a retornar para a sala de aula, preferindo permanecer no pátio, onde chovia. A diretora então teria solicitado que a professora conduzisse as demais crianças de volta à sala, enquanto ela, a coordenadora e uma professora de ensino especial tentavam acalmar o aluno.
“Disseram que ele começou a chutar e bater, e que chamaram o porteiro para ajudar. Foram quatro pessoas tentando contê-lo”, relatou Mayra.
Segundo a mãe, os funcionários decidiram colocar o menino no chuveiro como forma de acalmá-lo. Ela diz que o episódio causou traumas à criança, que uma semana depois, ao lembrar da situação, afirmou “odiar o homem que tirou minha roupa”.
“Meu filho foi deixado em sala molhado, só de cueca, encostado na parede, enquanto os colegas estavam do lado de fora. Foi uma situação desumana. Ninguém da escola me procurou depois, nem recebi apoio psicológico da Secretaria de Educação”, disse.
O caso é investigado pela Polícia Civil.
O que diz a prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Brasileia informou que instaurou uma sindicância para apurar a denúncia e, após análise dos relatos e depoimentos da equipe escolar, concluiu que os procedimentos adotados foram adequados e seguiram os protocolos pedagógicos da educação infantil.
Segundo o comunicado, o banho foi dado com o objetivo de acalmar a criança, prática que, conforme a gestão municipal, é “rotineira em unidades de ensino que atendem essa faixa etária”. A prefeitura acrescentou ainda que a família foi informada “de forma imediata e transparente”.
“Todos os protocolos de manejo de crises e de cuidados são pautados no respeito e na busca pelo melhor interesse da criança, em conformidade com as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, diz o texto.
A nota também afirma que o caso foi comunicado ao Conselho Tutelar, e que a Secretaria Municipal de Educação e a direção da escola ofereceram acompanhamento à família.
 
				 
								 
															 
								