Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj) assinaram no último sábado, 4, um acordo histórico na Terra Indígena Puyanawa, no Acre. Com cerca de duas horas de atraso, o evento foi marcado pela presença mínima de políticos, mas ressaltou a importância da liberação de R$ 35 milhões destinados a 11 terras indígenas da região.
O projeto visa fortalecer instituições, proteger o território, promover a produção, garantir segurança alimentar e valorizar a cultura indígena, beneficiando aproximadamente 14 mil indígenas nas 11 terras contempladas. As Ministras de Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, atuaram como testemunhas na cerimônia.
Francisco Pyãko, coordenador da Opirj, destacou a importância dos recursos para as comunidades indígenas, afirmando que há muito tempo não recebiam investimentos do poder público. Ele ressaltou o compromisso de utilizar os fundos de forma responsável.
Teresa Campello, diretora do BNDES, enfatizou que o projeto, que marca a retomada do Fundo Amazônia, será uma referência nacional na pauta indígena do Brasil, promovendo escala, tecnologia, geração de renda e desenvolvimento sustentável.
O cacique Joel Puyanawa celebrou a liberação dos recursos como uma conquista dos povos indígenas, oferecendo esperança para um futuro melhor na preservação da natureza.
Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, ressaltou o fortalecimento das comunidades e a proteção ao meio ambiente como prioridades da ação.
Joenia Wapichana, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), destacou o novo alinhamento da Funai com os Povos Indígenas, comemorando a concretização de uma proposição indígena.
Por outro lado, a ausência de representantes do governo do Estado do Acre e das prefeituras da região foi notável, com a secretária Estadual dos Povos Indígenas, Francisca Arara, não comparecendo. Os únicos políticos presentes foram o vereador de Mâncio Lima, cacique Joel Puyanawa, e o deputado estadual Luís Gonzaga, presidente da Assembleia Legislativa.
O senador Márcio Bittar, que havia criticado a liberação dos recursos do BNDES para as terras indígenas do Acre, enfrentou críticas durante o evento. Ele argumentou que os fundos do Fundo Amazônia eram da Noruega e deveriam ser investidos em projetos como a BR-364 ou a ponte de Rodrigues Alves. No entanto, os indígenas presentes consideraram o projeto uma reparação importante para as comunidades indígenas e reforçaram a necessidade de respeito às conquistas dos povos indígenas.
Marina Silva respondeu a essas críticas, destacando os avanços na redução do desmatamento na Amazônia e na criação de Unidades de Conservação como respostas às injustiças.