O julgamento do ex-vereador Mauristelio Tessinari de Sousa, conhecido como Teio Tessinari, acusado de matar com quatro tiros Antônio Deuzimar Santiago da Silva, de 49 anos, na Bolívia, foi adiado pela Justiça do Acre. A sessão estava marcada para esta segunda-feira (10), mas foi suspensa após um recurso da defesa ser aceito.
O crime aconteceu em junho de 2022, na Vila Mapajo, região próxima ao município de Capixaba, no interior do Acre. A defesa alegou quebra da paridade de armas, princípio que garante igualdade de condições entre acusação e defesa no processo.
O juiz de Direito Fábio Alexandre Costa de Farias acatou o pedido e concedeu um prazo de 15 dias para que os advogados de Teio apresentem novas alegações sobre relatórios técnicos incluídos nos autos.
De acordo com o advogado Sanderson Moura, a expectativa é de que o julgamento ocorra de forma “imparcial e dentro da legalidade”. Ele lembrou que o cliente é réu confesso e se apresentou espontaneamente após o crime.
“Júri é uma caixinha de surpresas, não tem como prever o resultado”, afirmou Moura.
O caso
Mauristelio responde ao processo em liberdade desde junho de 2024, após decisão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), que substituiu a prisão por medidas cautelares.
Segundo as investigações, o ex-vereador suspeitava que Antônio Deuzimar estava roubando gado de suas terras e foi tirar satisfação. Durante a discussão, ele teria atirado contra a vítima, que morreu ainda no local.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) afirma que o homicídio ocorreu para impedir que Teio fosse responsabilizado por possíveis furtos de gado. A denúncia foi aceita pela Justiça em dezembro de 2022.