Caçada às Facções: Operação Desmonte III estoura esquema criminoso e prende 10 no Acre

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta segunda-feira (1º), a Operação Desmonte III, que desarticulou parte de uma facção criminosa com atuação no Acre. A ofensiva resultou na prisão de 10 pessoas — nove em Rio Branco, uma no Bujari e outra em Goiânia (GO). Ao todo, a Justiça expediu 12 mandados de prisão, mas um suspeito segue foragido.

Além das capturas, os investigadores cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em diferentes regiões da capital, incluindo o Segundo Distrito, Centro e Calafate. Durante as ações, foram apreendidos celulares, anotações e documentos que devem fortalecer as investigações.

Segundo o delegado Gustavo Neves, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), os presos ocupavam funções estratégicas dentro da facção, principalmente no recrutamento de novos integrantes, no tráfico de drogas e na tentativa de domínio territorial.

— Entre os detidos, havia um responsável por organizar as punições internas, chamadas de “disciplina”, que são os castigos aplicados contra quem descumpre as regras da facção — explicou o delegado.

As ações de enfrentamento ao crime organizado, segundo Neves, foram intensificadas desde a semana passada, quando já haviam sido cumpridos mandados de busca e apreensão que renderam provas para o avanço da operação.

— Em relação ao alvo localizado em Goiânia, a Draco do Acre, em parceria com a Draco de Goiás, conseguiu identificar o endereço do suspeito, que foi preso naquela cidade — detalhou.

As investigações revelaram que a facção mantinha uma estrutura interna rígida, com hierarquia definida, divisão de tarefas e atuação constante no tráfico de drogas.

A operação é resultado de uma ação integrada com a Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diop) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), além do apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core-AC).

— Esta fase da operação tem como foco o desmonte das lideranças regionais. O objetivo é aprofundar as investigações, identificar o papel de cada integrante e reunir provas suficientes para garantir a condenação de todos — destacou o delegado.

Todas as prisões são preventivas. O inquérito segue em fase final e novas diligências já estão previstas para ampliar o cerco contra o crime organizado no estado.

O coordenador do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Pedro Paulo Buzolin, ressaltou a importância da cooperação entre os estados:

— A Operação Desmonte III é fruto de um trabalho integrado de inteligência e investigação. A atuação simultânea em diferentes estados só foi possível graças ao apoio da Senasp e à colaboração decisiva da Polícia Civil de Goiás.