Géssica Melo de Oliveira, de 32 anos, faleceu no sábado (2) após ser baleada durante uma perseguição policial em Senador Guiomard, interior do Acre. A versão apresentada pelo Grupo Especial de Fronteira (Gefron) afirma que a enfermeira estava armada, praticava manobras perigosas e furou um bloqueio policial em Capixaba, cidade vizinha.
De acordo com o Gefron, os disparos foram efetuados na tentativa de parar o veículo de Géssica, que, após ser atingida, perdeu o controle e colidiu em uma cerca. A polícia encontrou uma pistola 9 milímetros, de uso restrito das forças armadas, próximo ao local do acidente.
Contudo, a família contesta veementemente essa versão. José Nilton de Oliveira, irmão da enfermeira, afirma que Géssica não possuía arma de fogo. Segundo ele, a cena do crime foi forjada para incriminá-la, e alega que a irmã sofria de depressão, tendo tido um surto no dia do incidente.
Amigos e familiares estão indignados com a situação. Uma amiga não identificada relatou que a enfermeira foi deixada no hospital pelos próprios policiais, que a apresentaram como vítima de acidente de trânsito. As perfurações de bala foram notadas apenas durante a reanimação.
A polícia afirma que Géssica estava armada, enquanto a família nega veementemente, acrescentando que ela nunca manuseou uma arma. O carro utilizado por Géssica estava registrado no nome de uma amiga, médica que a atendeu no hospital, e a família alega que a vítima foi apresentada como vítima de acidente de trânsito, não de bala.
O caso está sob investigação, e dois policiais envolvidos foram presos, aguardando audiência de custódia. A Polícia Militar informou que a corregedoria está apurando os acontecimentos. A morte de Géssica Melo de Oliveira levanta questionamentos sobre os procedimentos policiais adotados durante a perseguição e os desdobramentos do caso.