Servidores do Ibama anunciam suspensão da fiscalização ambiental em resposta a impasse nas negociações

Mais de 1,7 mil servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) assinaram uma carta informando à presidência do órgão que suspenderão todas as atividades de fiscalização ambiental, concentrando-se apenas em tarefas internas e burocráticas a partir desta segunda-feira (1º). A decisão é uma resposta ao impasse nas negociações sobre reajuste salarial e reestruturação da carreira.

Os servidores, em sua maioria, expressam insatisfação com a falta de ação e suporte efetivo, principalmente em relação à proposta de reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente. O documento destaca que a suspensão das atividades pode impactar operações de fiscalização na Amazônia, terras indígenas, vistorias de licenciamento ambiental, prevenção de incêndios florestais e atendimento a emergências ambientais.

A carta ressalta que a paralisação pode ter “impactos significativos na preservação do meio ambiente”, atribuindo a situação a uma década de abandono da carreira durante o governo anterior. Os servidores solicitam a retomada das negociações com a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional).

Em resposta, o Ibama afirmou que, até o momento, não foi registrada qualquer paralisação nas atividades de fiscalização. A instituição destaca que os servidores continuam atuando nas atividades da instituição.

Os servidores do Ibama têm demandado melhorias nas condições de trabalho e remuneração, enquanto o Ministério do Meio Ambiente instituiu uma mesa de negociação em agosto passado para facilitar o diálogo com os funcionários da área.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos afirmou estar aberto ao diálogo com os servidores do Ibama e outros órgãos. Destacou a reabertura da Mesa Permanente de Negociação e informou sobre reajustes salariais já concedidos. A pasta enfatiza o compromisso com a recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, respeitando os limites orçamentários.