O paratleta acreano Edson Cardoso, de 27 anos, está se preparando na cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, para disputar o primeiro Festival Paralímpico Loterias Caixa, em São Paulo, previsto para ocorrer no dia 21 de setembro deste ano. No entanto, a viagem dele para o estado paulista ainda está indefinida.
O paratleta destacou que precisa de ajuda para comprar as passagens aéreas para São Paulo e reforçou a dificuldade que é conseguir patrocínio para competir fora do Acre.
“Estamos com problemas em relação a passagens, a locomoção é muito complicada. Se tivesse alguém que pudesse ajudar. A estadia não sabemos como é que vai ser, se o Comitê (Paralímpico Brasileiro) vai dar ou não. É um nível de dificuldade, não só meu, mas de todo atleta que hoje está treinando para competir em outro estado em relação ao transporte, em relação à locomoção para outro estado” disse Edson.
Há sete anos, Edson Cardoso ficou paraplégico após sofrer uma lesão por arma de fogo. E foi no esporte paralímpico que encontrou motivação para evoluir pessoalmente e esportivamente.
“Acredito eu que os jovens hoje agem muito por emoção, por impulso, por não se deixar levar a ser diminuído por alguém, como a gente tem a cabeça muito quente, imaturo… Mas tudo isso é parte do nosso processo de crescimento. O esporte está abrindo portas, mostrando que somos capazes e que são fases da nossa vida. Basta a gente querer passar elas e deixá-las para trás” destacou.
O paratleta tem o professor Marcelo Santos como treinador e “psicólogo”. Os dois se conheceram durante um curso com a participação da equipe de basquete em cadeiras de rodas.
“A gente tem que trabalhar o psicológico, tem que trabalhar o físico, mas o mais importante, a princípio, é a força de vontade, criar na pessoa aquele sonho de sair do comodismo, de acreditar em si mesmo, de buscar realmente, viver um sonho que ele tem condição de viver e não criar uma expectativa fora da realidade. Fazer ele entender que ele tem um potencial e esse potencial pode ser alcançado, pode ir muito mais longe do que eu penso, ele pensa também” disse o professor.
“O Edson foi a primeira experiência paralímpica no sentido de melhora física para competir, para participar de eventos esportivos” completou.
Edson Cardoso e Marcelo Santos enfrentam cerca de 18 km de deslocamento seis vezes por semana para cumprir a rotina de treinamentos. O paratleta conta com a ajuda de parceiros para se manter no esporte