Você já ouviu falar em Oropouche? A doença ficou mais conhecida este ano, momento em que o Brasil vivencia um aumento no número de casos. O alerta foi feito pelo próprio Ministério da Saúde, em fevereiro, por meio de uma nota técnica, que sinalizava a possibilidade de surtos e a necessidade de notificação e investigação dos casos. As ocorrências de Oropouche, que estavam concentrados principalmente na região Norte, passaram a ser detectadas em estados de todas as regiões do país, a partir do estabelecimento de condições climáticas favoráveis à transmissão e da intensificação dos esforços para detecção da doença.
Para não ficar dúvidas, confira em oito tópicos o que é o Oropouche, quais os sintomas, riscos e tratamento adequado.
A transmissão do Oropouche é feita pelo mesmo mosquito que transmite a dengue?
Falso. O Oropouche é uma doença causada por um vírus transmitido pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, presente tanto em áreas silvestres como em áreas urbanas. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado/doente, o inseto passa a transmitir o vírus para outras pessoas suscetíveis por meio da picada. Até o momento, não há evidência de transmissão direta ou horizontal, de pessoa para pessoa.
Há casos de Oropouche em outros países?
Verdadeiro. Relatos de casos e surtos da doença também ocorreram em outros países das Américas Central e do Sul, como Panamá, Argentina, Bolívia, Cuba, Equador, Peru e Venezuela.
Existem formas de prevenção da doença?
Verdadeiro. Como a transmissão é feita por insetos vetores, é importante seguir algumas recomendações:
– Manter o quintal e locais de criação de animais limpos e evitar o acúmulo de folhas, detritos e matéria orgânica domiciliar, que compõem o ambiente de desenvolvimento das larvas do vetor.
– Minimizar a exposição às picadas dos vetores com o uso de roupas que cubram a maior parte do corpo e também com a aplicação de repelente nas áreas expostas da pele.
Os sintomas são parecidos com os da dengue?
Verdadeiro. A doença apresenta sintomas semelhantes aos da dengue e outras arboviroses, como febre de início súbito, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações. Outros sintomas como tontura, dor atrás do olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também podem ocorrer. Parte dos pacientes pode apresentar manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, dor de cabeça e dor no corpo após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais. Além da febre, há relatos de casos com hemorragias e com acometimento do sistema nervoso central, especialmente em pacientes imunocomprometidos.
Importante! Em caso de sintomas, procure a unidade de saúde mais próxima e siga as orientações do profissional de saúde. E lembre-se: não se automedique.
O Ministério da Saúde está inerte diante da ocorrência da doença em todo o país?
Falso. O Ministério da Saúde vem monitorando a situação do Oropouche no Brasil de forma intensificada desde 2023, quando os primeiros casos foram registrados na região Norte. Foi ativada a Sala Nacional de Arboviroses, que analisa e avalia de modo permanente a situação de saúde, e presta apoio aos estados e municípios nos processos de investigação e classificação de casos, planejamento, avaliação e tomada de decisões.
O controle e prevenção da doença é uma das prioridades do Ministério da Saúde. Foram realizados vários eventos de abrangência nacional voltados para profissionais de saúde que abordaram a Vigilância da Febre do Oropouche no Brasil, além das campanhas de sensibilização da população para a ocorrência da doença e medidas de prevenção. Também foram publicadas três notas técnicas com orientações para notificação e investigação de casos de Oropouche, intensificação da vigilância de transmissão vertical do vírus e notificação e investigação de casos suspeitos de Oropouche em gestantes, anomalias congênitas ou óbitos fetais.
Se a gestante pegar Oropouche há risco de a criança ter microcefalia?
Verdadeiro. O Ministério da Saúde registrou um caso de óbito fetal associado à infecção pelo vírus Oropouche, em Pernambuco, e um caso de anomalias congênitas associadas à infecção pela doença, no Acre. Ainda continuam em investigação outros casos de transmissão vertical da doença. As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre Oropouche e casos de malformação ou abortamento.
As gestantes devem seguir algumas recomendações:
– Evitar áreas onde há muitos insetos (maruins e mosquitos);
– Usar roupas que cubram a maior parte do corpo;
– Manter a casa limpa, incluindo a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, e o recolhimento de folhas e frutos que caem no solo;
– Seguir as orientações das autoridades de saúde locais para reduzir o risco de transmissão, se houver casos confirmados na região.
O tratamento para a doença é o mesmo da dengue?
Falso. Não há tratamento específico disponível. Os medicamentos prescritos podem auxiliar no alívio dos sintomas, como analgésicos para as dores e antitérmicos para controlar a febre, mas não na causa da doença. Ao iniciar os sintomas, o paciente deve procurar imediatamente um serviço médico disponível no SUS.
Há vacina contra a doença?
Atualmente, não há vacina disponível para Oropouche.
As informações são do Ministério da Saúde.