Em audiência pública sobre a seca extrema no Acre, promotor de Justiça afirma que “reduzir o desmatamento não é suficiente”

Uma audiência pública para debater sobre a seca extrema que afeta o estado do Acre, foi realizada na manhã desta segunda-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Proposta pelo deputado estadual Afonso Fernandes, em que reuniu parlamentares, especialistas e representantes de diversas instituições para discutir medidas de enfrentamento às mudanças climáticas e seus impactos na região.

O deputado Afonso Fernandes, anunciou a criação de uma Comissão de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas que será apresentada no plenário da Aleac. De acordo com o deputado, a nova comissão será responsável por “acompanhar e fiscalizar as políticas estaduais do meio ambiente”.

“A nossa população não pode continuar sofrendo com os efeitos dessas catástrofes sem que algo seja feito”, destacou Fernandes.

A secretária adjunta da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Dra. Renata Souza, destacou a criação, em 2023, de uma sala de situação para monitoramento e acompanhamento das ações de prevenção e combate a desastres ambientais.

“Através da parceria com diversas instituições, conseguimos coordenar um calendário semanal de ações preventivas. Isso evitou sobreposições de esforços entre órgãos como o Imac e o Ibama, respeitando as competências estaduais e federais”, afirmou Renata.

Cassia Souza de Melo, representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia), ressaltou as ações de arborização da cidade de Rio Branco, com o plantio de aproximadamente 6.500 árvores, além do esforço em recuperar áreas de preservação permanente.

“Mesmo sendo parte da Amazônia Ocidental, Rio Branco é a quarta cidade menos arborizada do Brasil. Temos trabalhado na recuperação dessas áreas e na regularização fundiária para combater o desmatamento em áreas ocupadas ilegalmente”, explicou Cassia.

Já o promotor de Justiça, Alekine Lopes, do Ministério Público do Acre (MPAC), enfatizou sobre a necessidade de medidas mais efetivas contra o desmatamento.

“Reduzir o desmatamento não é suficiente; precisamos pará-lo. O Brasil tem o compromisso internacional de reflorestar 16 milhões de hectares até 2030. Estamos reduzindo a velocidade de destruição, mas o caminho continua o mesmo, e precisamos agir com mais urgência”, advertiu o promotor.