O aterro de inertes localizado na Estrada Transacreana, em Rio Branco, voltou a incendiar poucos dias após um episódio de queimada na área. Segundo relatos de moradores da região, o novo incêndio já persiste há cerca de quatro dias, gerando preocupações quanto à qualidade do ar e ao risco de exposição a fumaça tóxica, devido ao tipo de material descartado no local.
O secretário de Cuidados com a Cidade, Joabe Lira, afirmou que o incêndio está sob controle, com uma equipe de aproximadamente 50 trabalhadores atuando diariamente, incluindo fins de semana e feriados, na contenção dos focos de fogo. “Estamos trabalhando para evitar que o fogo se espalhe”, disse o secretário.
A decisão de desativar o aterro já foi tomada pela Justiça em abril deste ano, com um prazo inicial de 150 dias. No entanto, a prefeitura obteve uma prorrogação até o final de 2025, permitindo que o aterro continue funcionando.
“A justiça deu um parecer, e a procuradoria do município recorreu, então foi dado um prazo até o final do ano que vem. O aterro não está desativado; estamos em fase de desativação”, afirmou Lira.
Desde 2021, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) vem acompanhando os pedidos de desativação do aterro. As sucessivas ocorrências de incêndio e o acúmulo de materiais de fácil combustão preocupam tanto o MPAC quanto órgãos ambientais, que monitoram o impacto na saúde das famílias residentes nas proximidades. Em resposta a essa demanda, a prefeitura de Rio Branco já adquiriu um novo terreno na região do Calafate, onde será instalado um novo aterro de inertes.
Joabe Lira explicou que a alta temperatura registrada na região pode ter influenciado o início das chamas e também levantou a hipótese de que gases tóxicos presentes no aterro podem ter contribuído para o incidente.
“Conversando com o Corpo de Bombeiros, entendemos que há duas causas principais: alguém pode ter colocado fogo, ou as altas temperaturas intensificaram o risco”, explicou o secretário.
O Corpo de Bombeiros acompanha as ações de controle, e uma equipe está no local realizando o resfriamento do entulho e remanejamento dos resíduos para evitar que as chamas avancem por baixo da terra. Além disso, a Defesa Civil Municipal e a Secretaria de Meio Ambiente estão mobilizadas para dar suporte nas operações.