Após 17 anos, o Brasil voltou ao topo do futebol mundial com Vinícius Júnior, eleito FIFA The Best em cerimônia realizada nesta terça-feira, 17, em Doha, no Catar. Revelado pelo Flamengo e estrela do Real Madrid, Vini encerra o jejum brasileiro que perdurava desde 2007, quando Kaká venceu o prêmio.
A premiação coroou uma temporada histórica para o craque. Em 49 jogos, Vini marcou 26 gols, deu 11 assistências e liderou o Real Madrid na conquista da Liga dos Campeões da UEFA, La Liga, Supercopa da Espanha e Supercopa da UEFA.
No discurso emocionante, o jogador relembrou sua infância difícil nas ruas de São Gonçalo, no Rio de Janeiro:
“Parecia tão distante chegar até aqui. Era uma criança que jogava bola descalço, perto da pobreza e do crime. Poder estar aqui é importante, pois mostro que nada é impossível.”
Além dos títulos, Vini brilhou em momentos decisivos. Contra o Girona, marcou um golaço e deu assistência na vitória por 4 a 0, consolidando o Real Madrid na liderança da La Liga. No estádio Mestalla, calou o Valencia com dois gols e um gesto antirracista, após ataques sofridos na temporada anterior.
Nos clássicos, o craque fez história: chegou a 7 gols contra o Barcelona, tornando-se o brasileiro com mais gols no El Clásico. Na Supercopa da Espanha, Vini marcou um hat-trick na goleada por 4 a 1 sobre o maior rival e garantiu o título para o Real Madrid.
Na Liga dos Campeões, Vini decidiu contra RB Leipzig, Bayern de Munique e Borussia Dortmund. Na final em Wembley, foi dele o gol que selou o triunfo por 2 a 0, garantindo a 15ª taça europeia do clube.
Com apenas 23 anos, Vinícius Júnior não é apenas o melhor do mundo, mas também um símbolo de talento, superação e luta contra o racismo. A favela venceu — e o futebol brasileiro voltou a sorrir.