O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, atuaram de maneira conjunta, consciente e ilegal, com o objetivo de atacar o STF. Segundo Moraes, houve tentativa de submeter a Suprema Corte à influência de outro país por meio de atos considerados hostis e negociações criminosas.
Essa afirmação está na decisão do ministro que autorizou, nesta sexta-feira (18), uma operação da Polícia Federal. A medida determinou buscas e apreensões em endereços ligados a Jair Bolsonaro, além de impor restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Entre as medidas cautelares, o ex-presidente também deverá cumprir recolhimento domiciliar à noite e nos finais de semana. Ele está proibido de usar redes sociais, conversar com embaixadores ou diplomatas estrangeiros e manter contato com outros investigados, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro.
Na decisão, Moraes ainda citou que o aumento de tarifas anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha como objetivo criar uma crise econômica no Brasil. Segundo o ministro, essa pressão internacional seria usada para influenciar o Poder Judiciário brasileiro e interferir nas relações diplomáticas com os Estados Unidos, além de impactar diretamente um processo em andamento (Ação Penal 2.668/DF), que está na fase final.
Esse processo envolve Bolsonaro e outros sete aliados, acusados de tentar realizar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
A decisão desta sexta-feira, no entanto, foi motivada por um pedido da Polícia Federal dentro de um inquérito específico contra Eduardo Bolsonaro. Ele é suspeito de agir nos Estados Unidos contra o Judiciário brasileiro.
Em nota, os advogados do ex-presidente afirmaram que receberam com surpresa e indignação a imposição das medidas.
“A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”, declararam os advogados.