O governador do Acre, Gladson de Lima Cameli, será julgado no próximo dia 19 de novembro pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em um dos processos mais aguardados da história política recente do estado. O gestor é réu por peculato, lavagem de dinheiro, fraude em licitações, formação de organização criminosa e corrupção ativa e passiva — acusações relacionadas ao chamado “Caso Murano”, que envolve contratos milionários firmados com uma empresa supostamente favorecida pelo governo.
A ação é a primeira decorrente da Operação Ptolomeu, deflagrada pela Polícia Federal em 16 de dezembro de 2021, que investigou um suposto esquema de desvio de recursos públicos e favorecimento ilícito dentro da administração estadual. Desde então, três fases da operação reuniram indícios de irregularidades envolvendo servidores e empresários.
Durante o processo, a defesa de Cameli apresentou recursos e embargos na tentativa de suspender ou anular a ação, mas o STJ manteve o andamento regular. A ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, já apresentou seu voto, posteriormente revisado pelo ministro João Otávio Noronha, liberando o processo para julgamento colegiado.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Cameli seria o chefe de uma organização criminosa instalada no governo estadual — acusação que o governador nega. O MPF pede ainda que, em caso de condenação, ele perca o cargo público, conforme o artigo 92 do Código Penal, além de multas que somam quase R$ 24 milhões e a perda de bens supostamente adquiridos com recursos ilícitos, como um apartamento de luxo em São Paulo e uma caminhonete Hilux SW4.
O julgamento, marcado para ocorrer dois dias após o aniversário do Tratado de Petrópolis, tem forte simbolismo político e promete definir o futuro do governador — seja com a absolvição, caso consiga provar inocência, ou com condenação e afastamento do cargo, caso o tribunal confirme as denúncias apresentadas.
 
				 
															 
								 
															 
								